segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Ei, te amo



Notei que te amo. Percebi isso quando comecei a fazer planos futuros pra nós dois. Quando comprei ingresso pro show do Sum41 que só aconteceria em 5 meses pra ir contigo e quando te convidei pra ir na minha casa ano que vem porque estaria sozinha e a tua companhia é a que eu mais queria. Notei que te amo porque falei logo de cara, assim, sem sentir o peso de uma incerteza ou mentira. Notei que te amo porque nem pareço a garota de outros tempos que já treinava o que dizer quando partisse porque sabia que teria final. Contigo eu sei que há a possibilidade mas de forma alguma quero pensar sobre, pois não quero que exista final. Quero que flua, flua e flua.

Por vezes, isso me assusta, porque é inegável o quanto me tens e quão vulnerável me sinto quando se trata de ti. E em grande parte dessas vezes eu consigo me controlar, responder minhas próprias dúvidas, vivenciar apenas o momento, mas em outras, bem...você já teve amostrinha das minhas crises de ansiedade.

Como disse algum autor que não me lembro quem, mesmo que alguém faça 100 polichinelos com uma plaquinha escrito "eu gosto de você" eu terei dúvidas. Me desculpa se te faço sentir como se não valorizasse o que fazes por mim, é insegurança pura e tenho trabalhado nisso. Notei que te amo porque quero sempre dar o meu melhor pra ti. E agora no ônibus, na volta pra casa, notei que te amo pois já conto os dias para te ter por perto de novo.

domingo, 29 de maio de 2016

Rodoviária

Quando ele está aqui, eu esqueço as minhas dores, adio as preocupações, me sinto mais forte e deixo de ser toda solidão. Quando ele está aqui, eu vivo os dias que entram na lista dos mais felizes, acredito em um futuro próspero e a vida se torna muito mais leve. Quando ele está aqui, eu sou a melhor versão de mim. São momentos os quais eu desejo que houvesse uma possibilidade de não ter fim.

Na chegada, adrenalina como se fosse sempre a primeira vez. Na partida, não posso deixar de sentir como se minha alegria se esvaísse, quando vejo o ônibus indo na direção contrária a minha. Me despeço com lágrimas nos olhos porque falta um pedaço meu.

Quando ele não está aqui, não sou só tristeza, nem felicidade plena. Vou indo do jeito que me é possível, com o pensamento sempre lá e a mente trabalhando na contagem regressiva para o reencontro.

O que consola são as memórias e a certeza de novos dias felizes daqui algum tempo, quando formos chegada. Vou sonhando com o momento do abraço tão e tão esperado. Vivo os dias agradecendo os bons momentos e a pessoa maravilhosa que ele é.


"The light that makes my darkness disappear"

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Âncora

Lembra quando um garoto do nosso colégio faleceu e no velório eu te abracei e pedi "não morre nunca por favor"? Só o vislumbre de uma vida sem você ao meu lado, era uma dor maior do que eu poderia suportar.

Quase um mês desde que não trocamos sequer oi e acho que só agora a ficha está caindo. Ontem eu chorei. Chorei e por um momento foi o teu colo que eu quis. Pedi o colo daquela que tentava me proteger de quem não sabia lidar com a minha inocência, da que foi em todos os meus aniversários desde que chegou na minha vida, era o colo daquela que se fazia presente quando necessário e estava sempre disponível quando não. Foi essa que eu quis, não a que eu vi nos últimos tempos, que não se importava em lançar frases que me sangravam. Por onde andam as duas? Alguma delas sente a minha falta?

Todos os dias penso em ti, em como eu queria contar as coisas banais que me acontecem e saber da tua vida de adulta, mas me contenho, pois nada demonstra que você ainda me quer por perto. Tudo o que pedi foi para que medisse as palavras, jamais que parasse de direciona-las a mim. Mas se assim quis, é porque no fundo já não sou mais importante.

A tatuagem arde e é triste não sermos mais a âncora uma da outra. Arde oprimir a saudade e a esperança de que volte. O que arde também é o meu amor, guardado em uma gaveta de um canto qualquer.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ausência

Me sinto sufocada por uma ausência que é sentida por cada milímetro do meu corpo. Eu só queria poder correr até aquele que fez eu me sentir viva como nunca antes, a tempo de impedir que o laço se desfaça.

Talvez ele diga que é coisa da minha cabeça, mas já noto sinais de que a intensidade está ficando para trás. Mesmo distantes, é a primeira vez que o noto longe. Começo a sentir como se eu fosse apenas um hábito e não uma vontade. Não o culpo. E se for para culpar alguém que seja eu por ter me envolvido tão facilmente, por ter me deixado ser invadida por todas as coisas boas que ele me proporcionou ao invés de construir a muralha que eu já sabia a planta decor e salteado.

Dói porque a saudade já é sentida antes mesmo da partida. Dói porque meus sentimentos nunca foram tão enraizados como ele em mim. Dói porque pela primeira vez eu desejei com todas as minhas forças que o nós durasse muito muito tempo (pra não dizer "para sempre"), tão diferente dos outros relacionamentos em que eu tinha a certeza de que seria breve, já planejando o que diria na hora do rompimento. 

Eu quero gritar "fica", mas não grito, eu não quero que seja algo que ele faça por mim, se for para ficar, que fique porque ele precisa estar conectado a mim de alguma forma. Gostaria, realmente, que aquele fosse o último nome escrito na minha lista e isso me assusta. Talvez seja por isso, que o menor sinal de desafeto me cutuque de uma maneira que causa ferida.

Espero que ele permaneça. Ou então, que cada milímetro do meu corpo se recomponha com a mesma facilidade com que ele balançou tudo por aqui.




sábado, 27 de fevereiro de 2016

Reveillon

Promessas no ano novo são comuns, porém, não me recordo de ter feito resolução alguma nos anos que se passaram. 2015, no entanto, foi um dos anos mais difíceis pra mim e eu, mentalmente, nos últimos meses, acabei tendo um papo cabeça comigo mesma a respeito das coisas que eu deveria mudar em mim e no dia 31, após pular as sete ondinhas, lembro de ter pedido "por favor Iemanjá, Deus, alguém...tragam coisas boas pra mim, eu preciso que 2016 seja diferente".

Ironicamente, a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos, havia acabado de me abraçar depois dos fogos de artifício, me desejando um feliz ano novo, mas eu ainda não sabia...

Ele me encheu de alegria, fez passar toda a angústia que me tomava, me fez entender o porquê de não ter dado certo com mais ninguém e fez até mesmo eu me imaginar mais velha com ele ao lado - eu, cética, que tenho nenhum exemplo disso na família e sempre espero pelo fim.

Tento de todas as formas tentar traduzir o que sinto, porque se eu não sentisse, talvez não acreditasse que toda a história é real. Nós somos filme, livro, música...porque nós juntos somos exatamente o que eu sempre vi e quis, e achei que nunca teria.

A única coisa que machuca, é não poder estar perto. Ter que me despedir e não conseguir evitar o choro. É saber que demorarei pra tocar naquele cabelo enroladinho, enxergar meus olhos preferidos, deitar naquele abraço, que terei que dormir sem ter em quem entrelaçar braços e pernas, que minha risada não se misturará com aquela. Dói. Mas não é o tipo de dor que costumava estar aqui, é uma dor que no fundo significa algo bom, pois acima de todas as coisas, ele me tirou daquele estado em que eu estava apenas sobrevivendo e me fez viver.

Talvez amanhã acabe o que quer que seja o que nós temos. Talvez amanhã ele se apaixone por alguém que o faça mais feliz. Ainda assim, serei grata por todos os momentos que vivenciei ao seu lado, pelo conforto que ele me trouxe quando as lágrimas caíram, por todo o carinho e cuidado com que ele me tratou, pela saudade e a esperança constante de que não demore tanto pra gente se ver, por ele aceitar e retribuir o meu amor e por ter devolvido minha alegria para com a vida.

Obrigada Iemanjá, Deus e esse alguém!

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Deixa Fluir

Eu nem te vi chegar. Não prestei atenção. Houveram sinais? Não percebi...Tudo que notei foi um moço que aparentava estar de bem com a vida e que me fazia esboçar um riso ou outro com as coisas engraçadas e totalmente espontâneas que dizia e/ou fazia. Não romantizei em nenhum momento, o que é bem incomum da minha parte. Nem mesmo quando cortei meu dedo e tu, todo gentil, limpou minhas mãos ensanguentadas, me deu água e secou meu suor frio, antes que eu desmaiasse. Juro, não o enxerguei com outros olhos, apenas fiquei grata por tamanha gentileza!

Numa sequência de fatos bobos, acabei parando na tua barraca e tão espontaneamente como quase tudo que vem de ti, tu me beijastes, e sem pensar, eu só correspondi. Aí foi como se tu tivesse acendido uma luz em mim. No dia seguinte, eu não conseguia parar de reprisar cada passo teu e deixava escapar sorrisinhos de canto ao lembrar. Mas foi isso, sem expectativas. Eu só fiquei admirando esse cara que a cada dia me surpreendia com uma atitude mais bonita.

Confesso que não lembro muito bem como aconteceu, devido às circunstâncias, mas lá estava eu contigo de novo e me entreguei sem nem me dar conta disso. Fui tua de um jeito que não lembro de ter sido pra outro, porque fiz absolutamente tudo o que quis sem pensar "e se", do jeito mais carinhoso que eu nem sabia que eu poderia ser. Tu me deu essa sensação de leveza e alegria sem razão.

Caso algum dia tu venhas a ler esses meus devaneios: Obrigada!

Obrigada por ter trazido alegria, por ter sido minha primeira paixãozinha de verão, por ter se oferecido para ir comigo ao mercado e carregado as compras, pelas louças que tu lavou, pela atenção e cuidado, pelos sorrisos que tu pôs no meu rosto, por me mostrar que ainda existe bondade, pelo quentinho no meu coração que eu não sentia há tempos, por ter me ensinado a simplesmente deixar fluir, por ter sido tão amigo, por ter me feito vivenciar cenas de filme, pela pontinha de tristeza na hora da despedida e por essa saudade grande que de certa forma fez eu me sentir viva de novo.

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