quinta-feira, 14 de abril de 2016

Âncora

Lembra quando um garoto do nosso colégio faleceu e no velório eu te abracei e pedi "não morre nunca por favor"? Só o vislumbre de uma vida sem você ao meu lado, era uma dor maior do que eu poderia suportar.

Quase um mês desde que não trocamos sequer oi e acho que só agora a ficha está caindo. Ontem eu chorei. Chorei e por um momento foi o teu colo que eu quis. Pedi o colo daquela que tentava me proteger de quem não sabia lidar com a minha inocência, da que foi em todos os meus aniversários desde que chegou na minha vida, era o colo daquela que se fazia presente quando necessário e estava sempre disponível quando não. Foi essa que eu quis, não a que eu vi nos últimos tempos, que não se importava em lançar frases que me sangravam. Por onde andam as duas? Alguma delas sente a minha falta?

Todos os dias penso em ti, em como eu queria contar as coisas banais que me acontecem e saber da tua vida de adulta, mas me contenho, pois nada demonstra que você ainda me quer por perto. Tudo o que pedi foi para que medisse as palavras, jamais que parasse de direciona-las a mim. Mas se assim quis, é porque no fundo já não sou mais importante.

A tatuagem arde e é triste não sermos mais a âncora uma da outra. Arde oprimir a saudade e a esperança de que volte. O que arde também é o meu amor, guardado em uma gaveta de um canto qualquer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário