sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Antiga eu

É 1:30 da manhã. Como de costume, só na madrugada o sono me invade. E acontece aquele momento entre estar acordada e dormindo, onde revivo o passado e crio as mais variadas situações pro futuro. Hoje, durante esse momento, lembrei de quando tu te sentias vazia e permanecia apática, de quando ao mínimo sinal de desafeto por parte de outro tu te achavas não merecedora de afeto algum. Lembrei de quando tu eras tomada por tristeza tamanha que utilizavas lâmina pra te ferires o corpo na tentativa de expelir a angústia e não recorrer a alternativa de acabar com a própria vida. Lembrei de quando tu te sentias tão sozinha mesmo rodeada por pessoas queridas e de quando tu te olhavas no espelho e se via insignificante. 

E hoje eu percebi e quis te dizer o quanto tu evoluístes. Hoje te percebo mais dona de si, mais paciente consigo. Hoje quando a tristeza te invade, tu tentas entender as razões e não se deixa afogar. Hoje tu olhas as coisas que possui, as pessoas que tens a tua volta e te sentes abençoada por tê-los. Olhas as dificuldades como ensinamentos e se sente grata por poder progredir. Creio que hoje, talvez, a mais importante lição tu aprendestes: viver em si. 

Tu percebes tuas limitações e tenta aos poucos quebrar barreiras, sendo paciente consigo mesma. Aprendestes a aproveitar a própria companhia e estar sozinha já não mais é sinônimo de solidão. Entendestes que antes de doar-se inteiramente para outro, necessitas ser mais generosa consigo, só assim o que ofereceres será realmente o melhor para ti e outros. Hoje eu quis te dizer que toda a dor que tu sentistes, serviu para te tornares mais resistente e saíres da zona de conforto, serviu para tu olhares as adversidades com mais confiança no teu potencial. 

Essa dor passou. E agora, sem medo, tu sabes que o sofrimento pode voltar, mas que eventualmente passará. 

Hoje eu quis te dizer obrigada por não ter desistido e me permitir viver o agora. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Livre de ti

Me permiti ser livre nas últimas semanas. Livre de ti. Estive com teus amigos que acabei tomando como meus e não senti tua ausência. Fiz coisas das quais provavelmente te magoariam se tu soubesses, sem me sentir culpada. Voltei para a vida de festas e embriaguez até sequer lembrar do rosto das pessoas que me têm. E sabe, em nenhum desses momentos tive a ânsia de que os braços que me tiveram fossem os teus. Comecei a me sentir confortável com a minha companhia e as inúmeras possibilidades de pessoas para conhecer. Enfim enxerguei que com o nosso fim, quem mais perdeu foi você. Aí, por um breve momento parei. Sem querer tu voltastes a percorrer minhas veias. Então as coisas perdem a graça novamente e sinto tua falta. Só que não sei distinguir se é saudade de ti ou de como eu me sentia quando estava contigo. Eu queria te ligar, mas talvez seja apenas para preencher o vazio. Talvez por sorte meu orgulho adormecido voltou e não quero ser eu a ir atrás de ti mais um vez. Tu não tens o impulso de me procurar nunca? Comecei a acreditar que eu já não significo mais nada para ti e é o que tem servido de gatilho para eu me permitir te deixar para trás também. Só por hoje vou me deixar ser invadida pelo amor que sinto por ti, amanhã espero que seja o início de uma semana desprendida de tudo relacionado a ti novamente. E aí, quem sabe, quando eu notar já seja um vida livre de ti.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Sobre ele

Tua ausência já não me corrói, não sufoca, mas ainda é sentida. É quase como a etiqueta na roupa que penica. Sempre aparece algo no dia que é contigo que gostaria de compartilhar ou algum assunto surge com outras pessoas e me vejo obrigada a mencionar teu nome pois foi contigo que vivenciei tais coisas. Ainda me custa entender tuas escolhas tão erradas para comigo, que sempre dei o meu melhor a ti. O que me conforta de certa forma é pensar que esses erros foram necessários para um maior crescimento e evolução, e confesso ainda esperar que tu retornes sendo esse alguém melhor. Será que tu sentes quando meus pensamentos estão voltados a ti? Será que os dias que eu acordo com saudade intensa é tu pensando em mim? Será que os dias em que me sinto angustiada sem razão é tu me esquecendo no beijo de um outro alguém? Nosso encontro foi tão lindo e inesperado, tão obra do destino, que é difícil aceitar o fim de algo tão intenso. Fico sem saber se devo dedicar meus esforços para te deixar no passado ou se devo dar uma chance ao futuro. Fico sem saber se acredito em tudo o que me dissestes em abril ou se encaro o fato de tu não me procurares mais como um sinal de que é realmente o fim. A verdade é que eu sempre vou te amar. Talvez não romanticamente para sempre, mas meu carinho por ti e por tudo o que vivemos juntos é tão imenso, independente dos erros, que torço para que caso não fiquemos juntos, eu possa te chamar de amigo. Realmente não gostaria de tomar um rumo onde eu não te tenha de forma alguma na minha vida, mas caso seja isso o que a vida nos reserva, espero que tua ausência pouco a pouco pare de cutucar. Enquanto isso travo a batalha entre "o universo dá um jeito de unir" versus "quem quer dá um jeito" e deixo a cura de feridas nas mãos do tempo. 

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Desde que decidi ir embora

Desde que decidi ir embora, chorei até meus olhos quase não conseguirem abrir mais;
considerei ligar dizendo que te queria de volta;
sonhei inúmeras vezes contigo, o que me fazia pensar ainda mais em ti ao longo do dia;
me envolvi com alguns caras que não significaram nada enquanto pensava que queria que fossem você;
chorei em quase todos os ônibus que entrei, ouvindo as músicas que me remetiam a ti;
senti tamanha dor que eu sequer consigo descrever agora, mas eu mal conseguia respirar;
repensei minha decisão incontáveis vezes;

Desde que decidi ir embora, voltei a sair mais e fortaleci algumas relações que andavam em segundo plano;
avaliei alguns erros que cometi contigo;
comecei a apreciar mais a minha própria companhia;
me envolvi com um cara que conseguiu te tirar do meu pensamento, mesmo que momentaneamente;
priorizei mais os meus sentimentos e vontades;
senti a dor, me permiti chorar um pouco e logo sequei as lagrimas para seguir o dia normalmente;
fui em busca de coisas novas para fazer, para me manter ocupada e não pensar em ti, e quem diria, logo eu toda desajeitada, aprendi a bordar;
senti tua falta, mas só fechei os olhos e agradeci os momentos vividos;

Desde que decidi ir embora, precisei encontrar forças no inimaginável, fui silenciando meu amor por ti e encontrando o amor para comigo mesma.








domingo, 18 de março de 2018

Hoje eu te quis por perto

Tomei a decisão de me afastar mesmo sendo doloroso, de romper o que tínhamos porque diante das tuas ações foi só o que me restou.

Os dias se passaram e eu pude sentir o inicio de um novo capítulo, senti que foi uma escolha acertada, que coisas ruins algumas vezes acontecem para que algo melhor tenha a chance de se proliferar, ainda que só saibamos o real significado mais tarde. Mas nem todos os dias são assim e hoje eu te quis perto. 


Minha mente e coração andam em constante guerra. Semente da duvida plantada em cada palavra e ação tua, já que mentir pra mim foi tarefa tão fácil pra ti. Por outro lado, ainda te quis perto. E insisto em te colocar nos meus dias de formas até sutis. Procuro motivos plausíveis para entrar em contato contigo, mas que no fim são somente desculpas pra não te sentir realmente fora da minha vida e me fazer lembrada. 


Talvez o melhor mesmo seja seguir em frente, mas ainda não consigo ter vontade real de te deixar. Parte de mim acredita que teus erros não foram por mau caratismo e sim imaturidade e que teu amor por mim foi pelo menos por algum tempo verdade. E quem sabe esse amor possa te fazer ser melhor e retornar. Quem sabe se em algum momento esse dia chegar também seja um dia em que eu te queira por perto. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Carta não enviada

Centenas de palavras engasgadas que me sufocam e no entanto nao posso destina-las a ti, por isso cá estou na tentativa de me desafogar.

Ao ver a facilidade com a qual tu abristes mão do nosso amor - que era o mais puro - e de mim, as paredes de concreto foram erguidas no meu interior, porque já nao me restava mais nada senão ser toda orgulho e encontrar amor próprio. 

Doeu cada desafeto teu, cada mentira. Doeu tu não teres pensando em como eu me sentiria enquanto beijava os labios dela. Doeu porque eu confiei como um cego em seu cão guia. Todas as tuas palavras eu tomava como verdade. E é triste perceber que mesmo dando o meu melhor nao foi o suficiente, meu amor completo e mais um pouco nao foi o suficiente. Me doei tanto, aceitei tanto, até as coisas ruins e no fim abristes mão de mim com a mesma facilidade que tudo começou.

Não posso crer que eu fui a errada. Amar não é errado. Errado é a desonestidade! E é isso que venho repetindo como mantra para me manter forte, para nao desacreditar na humanidade toda. 

Eu amo a pessoa que você é e sinto sua falta praticamente a todo instante, mas como companheiro de vida você pecou, nao só uma vez, nao me deixando escolhas senão partir. 

Por favor nao deixe o fim do nós ter sido em vão, se te restou um pingo de consideração por mim aprenda com seus erros e nao os cometa novamente. Cresça! Nao diga "eu te amo" da boca pra fora. Não minta por pior que seja a verdade. Respeite a pessoa que você tem ao lado e cultive o relacionamento com todo o cuidado, mesmo que lá pra frente não seja eu a segurar sua mão. 

À noite ainda clamo teu nome e repito em apelo "seja um homem melhor e volte pra mim" porque mesmo com a magoa, a angustia instalada, o conhecimento dos teus erros, nao deixei de te amar e ainda sinto que fomos feitos um pro outro e que infelizmente nos encontramos na hora errada. 

De todo coração, eu só te desejo o melhor, pois por tempos você foi parte do meu mundo e me trouxe a alegria que nunca ninguém trouxe e isso eu guardarei enquanto tento deixar a tristeza que também nunca ninguém trouxe de lado. Sempre te respeitarei ainda que nao tenha sido recíproco. Seja feliz e não esqueça novamente de fazer a única coisa que te pedi: sinceridade e verdade sempre. 

Ainda com amor,
Thais