sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Antiga eu

É 1:30 da manhã. Como de costume, só na madrugada o sono me invade. E acontece aquele momento entre estar acordada e dormindo, onde revivo o passado e crio as mais variadas situações pro futuro. Hoje, durante esse momento, lembrei de quando tu te sentias vazia e permanecia apática, de quando ao mínimo sinal de desafeto por parte de outro tu te achavas não merecedora de afeto algum. Lembrei de quando tu eras tomada por tristeza tamanha que utilizavas lâmina pra te ferires o corpo na tentativa de expelir a angústia e não recorrer a alternativa de acabar com a própria vida. Lembrei de quando tu te sentias tão sozinha mesmo rodeada por pessoas queridas e de quando tu te olhavas no espelho e se via insignificante. 

E hoje eu percebi e quis te dizer o quanto tu evoluístes. Hoje te percebo mais dona de si, mais paciente consigo. Hoje quando a tristeza te invade, tu tentas entender as razões e não se deixa afogar. Hoje tu olhas as coisas que possui, as pessoas que tens a tua volta e te sentes abençoada por tê-los. Olhas as dificuldades como ensinamentos e se sente grata por poder progredir. Creio que hoje, talvez, a mais importante lição tu aprendestes: viver em si. 

Tu percebes tuas limitações e tenta aos poucos quebrar barreiras, sendo paciente consigo mesma. Aprendestes a aproveitar a própria companhia e estar sozinha já não mais é sinônimo de solidão. Entendestes que antes de doar-se inteiramente para outro, necessitas ser mais generosa consigo, só assim o que ofereceres será realmente o melhor para ti e outros. Hoje eu quis te dizer que toda a dor que tu sentistes, serviu para te tornares mais resistente e saíres da zona de conforto, serviu para tu olhares as adversidades com mais confiança no teu potencial. 

Essa dor passou. E agora, sem medo, tu sabes que o sofrimento pode voltar, mas que eventualmente passará. 

Hoje eu quis te dizer obrigada por não ter desistido e me permitir viver o agora. 

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