Lembra quando um garoto do nosso colégio faleceu e no velório eu te abracei e pedi "não morre nunca por favor"? Só o vislumbre de uma vida sem você ao meu lado, era uma dor maior do que eu poderia suportar.
Quase um mês desde que não trocamos sequer oi e acho que só agora a ficha está caindo. Ontem eu chorei. Chorei e por um momento foi o teu colo que eu quis. Pedi o colo daquela que tentava me proteger de quem não sabia lidar com a minha inocência, da que foi em todos os meus aniversários desde que chegou na minha vida, era o colo daquela que se fazia presente quando necessário e estava sempre disponível quando não. Foi essa que eu quis, não a que eu vi nos últimos tempos, que não se importava em lançar frases que me sangravam. Por onde andam as duas? Alguma delas sente a minha falta?
Todos os dias penso em ti, em como eu queria contar as coisas banais que me acontecem e saber da tua vida de adulta, mas me contenho, pois nada demonstra que você ainda me quer por perto. Tudo o que pedi foi para que medisse as palavras, jamais que parasse de direciona-las a mim. Mas se assim quis, é porque no fundo já não sou mais importante.
A tatuagem arde e é triste não sermos mais a âncora uma da outra. Arde oprimir a saudade e a esperança de que volte. O que arde também é o meu amor, guardado em uma gaveta de um canto qualquer.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
quarta-feira, 13 de abril de 2016
Ausência
Me sinto sufocada por uma ausência que é sentida por cada milímetro do meu corpo. Eu só queria poder correr até aquele que fez eu me sentir viva como nunca antes, a tempo de impedir que o laço se desfaça.
Talvez ele diga que é coisa da minha cabeça, mas já noto sinais de que a intensidade está ficando para trás. Mesmo distantes, é a primeira vez que o noto longe. Começo a sentir como se eu fosse apenas um hábito e não uma vontade. Não o culpo. E se for para culpar alguém que seja eu por ter me envolvido tão facilmente, por ter me deixado ser invadida por todas as coisas boas que ele me proporcionou ao invés de construir a muralha que eu já sabia a planta decor e salteado.
Dói porque a saudade já é sentida antes mesmo da partida. Dói porque meus sentimentos nunca foram tão enraizados como ele em mim. Dói porque pela primeira vez eu desejei com todas as minhas forças que o nós durasse muito muito tempo (pra não dizer "para sempre"), tão diferente dos outros relacionamentos em que eu tinha a certeza de que seria breve, já planejando o que diria na hora do rompimento.
Eu quero gritar "fica", mas não grito, eu não quero que seja algo que ele faça por mim, se for para ficar, que fique porque ele precisa estar conectado a mim de alguma forma. Gostaria, realmente, que aquele fosse o último nome escrito na minha lista e isso me assusta. Talvez seja por isso, que o menor sinal de desafeto me cutuque de uma maneira que causa ferida.
Espero que ele permaneça. Ou então, que cada milímetro do meu corpo se recomponha com a mesma facilidade com que ele balançou tudo por aqui.
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