terça-feira, 4 de março de 2014

Para onde foram as borboletas?



Era para as minhas gargalhadas estarem ecoando daqui ao Japão neste momento. Imaginei que estaria dançando ou pulando na cama — como uma garotinha que acaba de ganhar o presente de Natal que foi esperado o ano inteiro — bem agora. Achei que quando meus pensamentos me levassem até aquele moreno dos olhos esverdeados, e eu notasse que os meus, comumente castanhos, não ficaram úmidos pela lembrança, eu me encheria de paz. E eu notei.


Notei que aquele abraço já não é meu preferido; que o tal nome não mais causa um aperto no peito; as borboletas no estômago, ao reacender a lembrança dos bons momentos, já estão completamente mortas; que as noites não se arrastam mais. E por que diabos não estou feliz com isso?? Constatei que o fim do amor é triste. Se duvidar é ainda pior que a despedida. Vazio! Tenho dificuldades em me conformar com o fim de um laço. Escutei todas as músicas que o reviviam na minha memória pra sentir a dor de não tê-lo, mas só senti a dor de não querê-lo.


E como se já não estivesse ruim o bastante, eu sinto — uma leve — falta daquele cretino! Sinto falta do lado amigo, de jogar conversa fora, não sinto falta do "nós". Juro que não é uma questão de orgulho, eu poderia simplesmente ligar ou pedir pra que ele mandasse sinal de fumaça, só pra saber se está tudo bem — porque sinceramente torço pela felicidade dele — mas é preferível não dar chances para as borboletas ressuscitarem.




Sabe...talvez seja amor pra sempre, mas um amor que é espécie de carinho. Carinho pelo o que um dia ele representou pra mim. No entanto, aquele amor arrebatador, isso muito provavelmente jamais voltará a ser.





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