quinta-feira, 20 de março de 2014

Dentro dela é primavera!



Tenho saído por aí distribuindo — verdadeiros — sorrisos. Tenho andado alegre, como se todo dia fosse início de primavera. Conhecendo pessoas, crescendo, construindo uma nova vida, com uma nova rotina. Distraída sendo uma nova versão de mim mesma o dia inteiro. Mas é assim, de repente, uma certa inquietação, olho para os lados e então percebo: te procuro. E o mais engraçado: te vejo!!


Te vejo dentro do ônibus verde que tantas vezes te trouxe pra minha casa, vestindo uma camisa branca — mas tu sabes que prefiro quando estás de preto — em pé, de costas para a janela; na quinta, te vi passando com aquela mochila que já deve ser mais velha que o meu irmão — que por sinal eu odiava — ao lado da minha sala de aula; outro dia te enxerguei três vezes no caminho de volta pra casa; na reportagem sobre o teu time preferido, lá tu estavas, em frente as câmeras embaixo da chuva; ah, te vi também na sacada do prédio ao lado do meu.


Não pense que estou te seguindo, até porque sabemos que nenhum desses era realmente tu. Tenho conhecimento que foram apenas lapsos de nostalgia. Segundos em que torço, e, não torço para que sejas tu. Talvez por sorte, são sempre estranhos. Estranhos que me trazem alguma lembrança tua, no jeito de caminhar, de sorrir...É que faz tanto tempo que meus olhos não te alcançam, que pra não te esquecerem, te recriam.


Andei realmente com saudade de ti. Por alguns poucos minutos do dia, mas ainda assim, saudade. Confesso que brevemente quis que me procurasse.


Apesar desse impulso de anexar-te aos meus dias — raros dias — e ter a curiosidade de saber como tu estás seguindo, a primavera continua! Como a Ana Carolina sempre me lembra, "...a estrada sem você é mais segura", e embora eu queira estar perto de ti, eu não quero tanto assim...









terça-feira, 4 de março de 2014

Para onde foram as borboletas?



Era para as minhas gargalhadas estarem ecoando daqui ao Japão neste momento. Imaginei que estaria dançando ou pulando na cama — como uma garotinha que acaba de ganhar o presente de Natal que foi esperado o ano inteiro — bem agora. Achei que quando meus pensamentos me levassem até aquele moreno dos olhos esverdeados, e eu notasse que os meus, comumente castanhos, não ficaram úmidos pela lembrança, eu me encheria de paz. E eu notei.


Notei que aquele abraço já não é meu preferido; que o tal nome não mais causa um aperto no peito; as borboletas no estômago, ao reacender a lembrança dos bons momentos, já estão completamente mortas; que as noites não se arrastam mais. E por que diabos não estou feliz com isso?? Constatei que o fim do amor é triste. Se duvidar é ainda pior que a despedida. Vazio! Tenho dificuldades em me conformar com o fim de um laço. Escutei todas as músicas que o reviviam na minha memória pra sentir a dor de não tê-lo, mas só senti a dor de não querê-lo.


E como se já não estivesse ruim o bastante, eu sinto — uma leve — falta daquele cretino! Sinto falta do lado amigo, de jogar conversa fora, não sinto falta do "nós". Juro que não é uma questão de orgulho, eu poderia simplesmente ligar ou pedir pra que ele mandasse sinal de fumaça, só pra saber se está tudo bem — porque sinceramente torço pela felicidade dele — mas é preferível não dar chances para as borboletas ressuscitarem.




Sabe...talvez seja amor pra sempre, mas um amor que é espécie de carinho. Carinho pelo o que um dia ele representou pra mim. No entanto, aquele amor arrebatador, isso muito provavelmente jamais voltará a ser.